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Raks Al Senniyya


Isís ”A PRINCESA RICA EM ENCANTOS, SENHORA DO AFETO, MEIGA DE AMOR, DONA DE DUAS TERRAS. POETISA DE LINDO SEMBLANTE A MAIOR NO HAREM DO SENHOR DO PALACIO. TUDO QUE DIZEIS SERA FEITO PARA VOZ. TODAS AS COISAS BONITAS DE ACORDO COM VOSSO DESEJO. TODAS AS VOSSAS PALAVRAS TRAZEM ALEGRIA A FACE. POR ISSO OS HOMENS ADORAM OUVIR TUA VOZ."
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Dança do Oriental nos nossos dias





“Começo este artigo partindo de um ponto de vista particular (que vos exponho, e não impondo) de que a Dança Oriental é uma unanimidade em termos de impacto, beleza, dúvidas e misterio. Dentre muitas modalidades de dança, somente esta tem esse fascínio imediato para quem assiste ou practica esta arte; e é também uma das modalidades mais cercada de dúvidas e indefinições em torno de suas origens, nomenclatura e direcionamentos.
A Dança Oriental ainda precisa nortear o seu histórico perante a expansiva diversidade de movimentos e adaptações culturais existentes e, assistimos ansiosos, a crescente busca de informações e pesquisas sobre suas nuances rítmicas, folclóricas, modernas e nomenclatura dos passos. Se voltarmos aos primórdios desta Arte – é imprescindivel lembrar que até hoje não há um consenso no que diz respeito as origens da Dança Oriental - é possível constatar que paira uma aura de questionamentos em torno dessa Dança a começar pelo seu próprio nome: Raqs Sharki; Dança do Leste; Dança Árabe, Dança do Ventre até culminar em Dança Oriental, definição essa mais aceita mundialmente por abranger a região que abarca as suas raízes e difusão.
Ao tentar definir a Dança Oriental percebe-se que a dificuldade maior é tentar elaborar um ‘consenso teórico’ em torno das verdadeiras origems, dos significados e da nomenclatura da dança. O pouco material de pesquisa credivel até hoje publicado definem que a “dança tem suas origens no Egito, difundida por Árabes e ainda com nuances culturais turcas, libanesas e americanizadas”. E isso não é uma crítica, mas é uma resenha de material pesquisado no exterior e que vem até nós com todos os problemas de tradução e minimalismos perante uma Arte antiga, que merece o respeito e que ainda não foi devidamente elaborada como deveria do ponto de vista teórico e cultural.
A questão da nomenclatura é ainda mais difícil, pois como definir e registrar passos que são executados mundialmente, mas cada um com um nome ou associação específicos? No Ballet, por exemplo, um plie é sempre um plie em qualquer parte do mundo, já na dança oriental será que um oito maia é para mim o mesmo que para uma bailarina americana?
É claro que existem profissionais sérias que tentam suprir essa carência literal e fazem um excelente trabalho de pesquisa, gostava que refletissem sobre uma outra questão: até que ponto é importante essa definição e nomenclatura, será que um aparato de nomes e ritmos pré-definidos não iria diminuir a espontaneidade na Dança Oriental? Ou seria apenas um referencial?
Na crescente busca por definições passamos por constrangimentos acerca da nossa Arte ao nos depararmos com páginas e páginas de sites que simplesmente compilam traduções errôneas e jogam ao acaso informações sobre rituais sagrados e danças folclóricas desconhecidas. Como nos proteger dessa intervenção? A resposta a essa pergunta cabe a nós, devemos questionar toda fonte de informações e pautar os nosso conhecimento em pesquisas e fontes fundamentadas e confiáveis.

“ A bailarina que nada conhece não dança, apenas se movimenta”.